Em 1964, José Serra era presidente da União Nacional dos Estudantes (quem te viu, quem te vê...). Como militante de esquerda (integrava a organização Ação Popular), Serra foi forçado pelo golpe militar a se exilar, embora alguns maldosos digam que ele viajou para o Chile antes do golpe.
Lá se vão 46 anos. Segundo o portal Último Segundo/Ig, Serra, em palestra para militares da reserva e reformados, no Clube da Aeronáutica, Rio de Janeiro, comparou o governo Lula ao de João Goulart, aquele que foi deposto pelos militares. Com que propósito? Evidentemente, o de se colocar ao lado dos generais contra Jango, como agora é contra Lula. O ex-presidente da UNE sacramenta dessa forma seu lugar na história, com o mais direitista dos discursos.
Peço licença à professora Maria Dativa de Salles Gonçalves que, em palestra recente para docentes, alunos e funcionários da Universidade Federal do Paraná, evocou a sinistra figura do padre irlandês Patrick Peyton. “Sinto um cheiro de Padre Peyton no ar”, disse a veneranda mestra. Curioso, fui ao Google e tomei conhecimento de que Peyton, de extrema-direita e notoriamente ligado à CIA, foi enviado ao Brasil em 1962, tendo papel decisivo na organização das tristemente célebres “marchas da família com Deus pela liberdade”, que tinham o objetivo de salvar o Brasil dos comunistas comedores de criancinhas.
No Chile, Serra conheceu sua companheira, Mônica. Essa mesma que pede o voto contra Dilma porque ela quer matar criancinhas. A similitude da linguagem não deixa lugar a dúvidas de que estamos diante do mesmo posicionamento ideológico.
Para fechar o círculo, corre na internet uma mensagem acusando Dilma de ter participado do assassinato do soldado Mário Kosel Filho, em junho de 1968. A mensagem, assinada pelo pai e pela mãe de Mário, diz que Dilma estava no segundo carro dos terroristas.
Desnecessário dizer que a informação é falsa, e nem a justiça militar acusou Dilma por esse atentado. Entende-se a dor dos pais, mas é de se lamentar a manipulação de que são vítimas. Porém, o mais importante aqui é observar que o ex-militante da Ação Popular José Serra é o beneficiário direto dessa manipulação, quando não seu mentor.
José Serra presta nesta campanha mais um desserviço ao Brasil: o de servir de porta-voz autorizado e reconhecido dos brucutus.
O BRASIL NÃO PODE PARAR!
Roberto Elias Salomão
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