O Jornal Nacional, da Rede Globo, promoveu nesta semana sabatinas com os três principais candidatos a presidente. O casal de apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes conduziu as entrevistas, programadas para durar 12 minutos.

Veio à sabatina com Marina, no dia seguinte, e o tom mudou. A candidata foi questionada menos por suas propostas e mais por ter feito parte do governo do PT. Pobre Marina acabou entrando no jogo, por inexperiência ou escolha, e cometeu pelo menos uma omissão grave: ao responder sobre as condições de infraestrutura do Brasil, deixou de dizer que o apagão, mencionado pelos entrevistadores, tinha ocorrido durante o governo FHC e não no de Lula.
Na quarta-feira, a sabatina com Serra. É quase impossível evitar a conclusão de que o casal global limitou-se a levantar a bola para o tucano cortar. Não que Serra tenha se saído bem nessa função. Não se saiu. Mas não é este o ponto. O que chamou a atenção foi a cordialidade entre entrevistadores e entrevistado e a suavidade com que alguns temas polêmicos foram tratados.
Ao comentar sobre a sabatina com Dilma, Lula disse que faltara delicadeza aos jornalistas, por Dilma ser mulher. Talvez o presidente tenha razão e as sabatinas tenham expressado um mal disfarçado machismo.
Acredito, porém, que mais do que isso o que veio à tona foi a preferência não declarada por um dos candidatos.
Há 21 anos, o mesmo Jornal Nacional fez uma edição escancaradamente parcial do debate final entre Lula e Collor. Como nunca se fez uma autocrítica, é lícito pensar que, mais uma vez, a Rede Globo usa sua grande audiência para tentar manipular a opinião pública.
O BRASIL NÃO PODE PARAR !
Roberto Elias Salomão
Nenhum comentário:
Postar um comentário